terça-feira, 15 de novembro de 2011

Fragmentos

CASA DE MOISÉS. INTERIOR. DIA. 
MOISÉS SENTADO NO SOFÁ DO ESCRITÓRIO ESCUTA IMPACIENTE O DISCURSO DE LINCOLN EM VOLTA DELE.

LINCOLN – Então você me enganou todo esse tempo? Como você teve coragem, Moisés?
MOISÉS – O senhor me presenteou as cavernas.
LINCOLN – Sim, mas eu não sabia da existência de pedras de diamante lá dentro. E você tinha a obrigação de me contar isso!
MOISÉS – Pra quê? Pra ficar com os diamantes pro senhor? Além do mais a porção das nossas terras é limitada e está quase se esgotando. A maior reserva está na propriedade dos Torres.
LINCOLN – Por isso a amizade com o Matheus. Eu sabia! Você não constrói amizades sem um interesse por trás. É bom tomar cuidado, Moisés! Desse jeito você vai acabar sozinho. Sem amigos, sem ninguém.
MOISÉS (levanta-se) – Olha quem fala! Quando foi que o senhor teve a casa cheia de amigos sem nenhum interesse financeiro, hein? Eu cresci ouvindo os seus discursos hedonistas, o seu ceticismo vulgar e a sua má-fé na bondade alheia.
LINCOLN – Ora, Moisés, não venha jogar a sua falta de sorte nos negócios em cima de mim. Você sim, é o único responsável por tudo que está lhe acontecendo. Se tivesse feito um trabalho mais bem elaborado, seu amigo Matheus não teria descoberto nunca o seu esquema. A culpa é toda sua!
MOISÉS (irônico) – É, acho que deve ser minha mesmo. O senhor não me ensinou o suficiente, né?
LINCOLN – Por que continua a procurar um culpado quando na verdade basta se olhar no espelho?
MOISÉS – Tem razão! Não posso ficar aqui lamentando o ocorrido. (vai saindo)
LINCOLN – Aonde vai?
MOISÉS – Vou lutar pelo meu ouro antes que aqueles esganados caiam em cima.
LINCOLN – Que seu ouro! Aquele diamante não lhe pertence!

MOISÉS SAI.

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