
Tatiana resolveu levar o seu irmão mais novo com a gente, ou melhor, ele se ofereceu e creio que ela não teve escolha. O garoto era uma pulga, se enfiava onde menos esperava e não perdia a chance de se meter na vida alheia e infernizar o humor dos que a sua volta se encontrassem. Ele descobriu na namorada do meu irmão a cobaia perfeita para as suas artimanhas. Milena não escondia de ninguém a sua insatisfação em passar um fim de semana em uma fazenda ao lado dos amigos que pouco importavam para ela. E isso alimentou o instinto de perseguição do nosso temido Rafa. Ainda no ônibus ele mostrou que estava ali para aprontar e provar para Milena que a viagem iria valer a pena. E Milena ia ter que agüentar muito ainda. Meu irmão já não sentia o mesmo por ela e se aproximava cada vez mais da doce Carol.
Já eu, curtia tudo de camarote. Não havia estresse para o meu lado, só queria curtir o passeio e claro, Amanda. Contudo, havia um sentimento oculto naquela época, que eu não contei nem mesmo para o meu melhor amigo, o Emanuel. E esse sentimento me acompanhou sorrateiramente ao longo de toda a viagem. Dentre os professores que nos acompanharam estava Elvira. Uma recém formada que encantava não só a mim, mas também ao professor Miguel. Eu nutria um carinho especial e porque não dizer diferente por ela. Poderia ser apenas uma leve atração entre aluno e professor, mas eu sabia de longe que o que sentia pela professora Elvira era algo diferente do que sentia pela Amanda.
O passeio transcorreu como previsto por um longo tempo, até que o inesperado aconteceu. O nosso ônibus resolveu que não partiria mais daquele ponto a lugar nenhum. E a notícia do Zeca pegou todos como uma bomba. Estávamos sozinhos, em um lugar totalmente desconhecido e sem combustível para ir nem à esquina (como se houvesse). Depois de um longo bate-boca decidimos que o melhor era sair para procurar ajuda. Milena ainda quis ficar, mas como o Gustavo disse que ia, ela se viu obrigada a ir também ou o estaria entregando de mãos beijadas e lambidas a Carol. E assim seguimos pela mata. Havia muitos mosquitos, mas parece que eles se dedicavam em atacar apenas a Milena que não parava de se encher de repelente.
Nessa hora decidi brincar de Joãozinho e Maria com Amanda e a puxei pelo braço. Nós nos afastamos dos demais e saímos por outros caminhos. Confesso que imaginei encontrar um oásis no meio de toda aquela mata que pudesse aliviar o nosso cansaço, como nos filmes de aventura. Mas o que encontramos foi um antigo rio de águas baldias e sem nenhuma cachoeira mágica. Não era o que esperávamos, mas não dava pra reclamar. Lavamos nossos rostos, corremos pelas águas rasas e depois não resistimos, caímos de roupa e tudo nas águas sujas daquele pedaço de oásis defeituoso. Algumas horas depois decidimos retornar ao ônibus, o pessoal já devia estar preocupado. Mas preocupados porém, ficamos nós quando chegamos lá e só encontramos o Zeca dormindo em um dos bancos. A galera não havia voltado ainda e provavelmente àquela altura estariam perdidos.”
Lucas Mendes
É interessante rever e ler coisa destes personagens que estavam meio q adormecidos na nossa memória, porém jamais esquecidos por nós que participamos dessa "aventura".é de lei q eu enfatize q nos empenemos o maximo, para dar o melhor................
ResponderExcluirGrande Samuel... Ótimos os textos... Mas parou por que?
ResponderExcluir