
Em reportagem ao Fantástico há algumas semanas, foi mostrado a precária situação em que se encontravam várias escolas públicas brasileiras, onde a falta de um prédio digno e decente forçava professores e alunos a improvisarem uma sala de aula em palhoças e pastagens de bovinos, sem dispor sequer de uma porta que pudesse evitar a entrada do rebanho e conseqüentemente a destruição do material escolar. Os repasses de verba do governo são altíssimos, mas parecem não atingir e alcançar seus objetivos propostos, o fundo da educação desaparece no espaço e as escolas e as crianças se deparam sempre com a mesma e dura realidade.
Se a nossa educação pública já é deficiente por natureza, com uma educação básica e fundamental que não consegue atender a todas as necessidades dos estudantes, um ensino médio que não corresponde às expectativas de um pré-vestibulando e muito menos prepara jovens para o mercado de trabalho, agora as instalações dos ambientes escolares é mais um motivo de preocupação e até chacota, como é possível um país que busca o desenvolvimento econômico e social não ser capaz de suprir o alicerce desse progresso, as condições mínimas para se buscar o processo de aprendizado?
Inevitavelmente, somos vítimas do sistema, “e isso não pode”, como diria a doutora Lorca. É uma realidade um tanto contraditória. Enquanto estudantes crescem querendo até fugir da escola, reservando a ela as piores horas do dia e torcendo para que acabe logo, outras crianças como Valdirene da Conceição de Inhapi daria tudo para poder usufruir um espaço digno e minimamente dividido por turmas. É preciso se espelhar nos exemplos de quem sonha com um futuro próspero e enxerga nas escolas a porta ou até a janela para isso. Quando será que deixaremos de nos utilizar de políticas assistencialistas e vamos buscar melhorar a base de tudo? Somente uma educação básica fortalecida pode mudar a sinopse dessa novela brasileira. E enquanto lápis e papel tivermos nas mãos é possível encaminhar os próximos capítulos ao seu desenlace feliz.
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