sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Nosso eu de coração

Último dia do ano. Hora de virar a página de mais uma etapa em nossas vidas. O que 2010 tinha a nos mostrar, nos ensinar, já nos foi revelado. Agora vamos ao encontro de novas descobertas, novas chances, oportunidades, sonhos e realizações, espero. A cada ano os dias correm mais depressa, os meses passam e quando menos percebemos, uma década se passou. Parece ontem que entramos no século XXI e já finalizamos seus primeiros 10 anos. Nunca fui chegado em retrospectiva, principalmente do ano que acabamos de encerrar. Afinal, o que acabou de acontecer todos sabemos e rever tudo no fim de ano, quando devemos estar nos refazendo para seguir adiante, soa meio nostálgico. Mas parei outro dia para ler uma matéria sobre a retrospectiva da década. Aquilo que me parecia tão próximo, num momento me refletiu léguas de distância. 2001 é uma realidade completamente avessa ao que vivo no momento. Pode não parecer e até não transparecer em alguns pontos, mas o garoto de 16 anos que conheci em 2001 já não existe mais. Aos poucos, ele ganha confiança, determinação, anseios verdadeiros e certezas absolutas na vida.

Uma década quando eu era criança lembravam séculos. Se hoje parecem mais curtas, não sei explicar, porém, são suficientes para amadurecer o fruto mais verde de uma árvore. De um garoto cheio de fantasias, medos e certezas infundadas, mergulhei por cidades, construí sonhos, cai em rios de dúvidas, inseguranças, perdas, mas encontrei cachoeiras de amigos e dedicação. Vislumbrei horizontes de felicidade, liberdades embaçadas pela neblina, chuvas de inspiração e córregos de realidade. Se já não sou o garoto que ousou produzir filmes, sonhou em escrever novelas, sorriu e chorou sozinho em apartamentos, desistiu de sonhos, encontrou outros e voltou aos primeiros, sou o resultado de toda essa procura e descobertas. Sou a sequência das pegadas, mais forte, confiante e convicto de um futuro próximo ao que chamamos felicidade.

Se ainda não entrei pelos caminhos que meu coração conhece de antemão, já descobri a entrada e posso visualizar meus passos por lá. Hoje tenho a convicção do que é importante a cada um de nós. E essa certeza me faz crer que ninguém tem o poder de determinar o caminho que se deve seguir, por mais íngreme, desconhecido ou obscuro que soe. Apenas cada um pode saber aquilo que aquece o coração e preenche o nosso ser, seja no campo profissional, nas relações de amizade ou no amor. Por isso, desejo que nesse ano que se inicia, todos encontrem seu verdadeiro eu, e não permitam que ninguém os obrigue a perder, esconder ou fugir do que o seu coração vibra. Só assim, cada qual escutando a sua voz interior é que encontraremos a felicidade de verdade e teremos a chance de olhar o próximo com mais ternura, compaixão e afeto, sentimentos que nos levam a vivenciar realmente a paz e a alegria tão desejados a cada ano. Um 2011 verdadeiramente vivo no coração de cada um.

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