terça-feira, 12 de outubro de 2010

Nossa própria trilha

Vou explicar porque sempre coloco uma música para cada postagem que escrevo, embora alguns provedores nem executem o gadget. É simples! A música torna a postagem mais densa, mais leve, mais divertida. As canções têm esse poder. Elas são capazes de nos tirar do poço e de nos atolar também. Imaginem o que seria de 2001: Uma Odisseia no Espaço sem a sua trilha sonora? Dos seus 139 minutos, 99 estão embalados por suas melodias. E assim muitos outros filmes. É só pensar um pouco que a própria trilha sonora consegue nos portar até algum. Ghost, E o Vento Levou, O Fantasma da Ópera, Guerra nas Estrelas, Titanic. Como pensar em Indiana Jones sem lembrar de sua trilha? O mesmo com E.T. O Extra Terrestre, Jurassic Park, 007, Cantando na Chuva, Os Intocáveis. Os grandes clássicos do terror como Psicose, Sexta-feira 13 e Tubarão também guardam seus registros. O tema de Rocky Balboa virou sinônimo de boxe. E não há quem não viaje pelos céus na trilha do grande homem de aço.

A trilha sonora é um elemento de grande importância na construção de um filme, tornando-se em alguns casos até um personagem à parte. Aqueles sons que embalam a vida dos personagens são responsáveis por registrar na nossa memória a mensagem de cada filme. E acredito que um bom filme tem que obrigatoriamente ter uma majestosa trilha sonora, capaz de levarmos pra casa e continuarmos extasiados por ao menos algum tempo. Sou apaixonado por música. Só consigo lavar louça ouvindo algo. Sinto que ela torna o mundo mais divertido, mais colorido. Um beijo pode ser apenas um beijo, mas experimente soltar uma trilha romântica na hora, que antes do beijo, o olhar já será outro.

Outro dia caminhava sozinho pelo shopping. Estava naqueles dias de amargura, olhando pra cada um com vontade de esganar. Caminhava apressado pra lugar nenhum, mal olhava o rosto de alguém. Daí me sentei, peguei o celular, o fone de ouvido, liguei o mp3 e comecei a ouvir algumas canções. A agitação e a amargura foram se aquietando. Comecei a olhar as pessoas. Um casal conversando, uma menina mimada puxando a blusa da mãe. Já não parecia tão irritante. Olhei em volta como se a música fosse o mais importante e todos ao redor meros figurantes. O mundo ou a praça de alimentação já não era mais o mesmo. Comecei a caminhar, agora devagar, olhava as pessoas, sentia meus passos, conseguia sorrir da agitação das pessoas, da falta de tempo, eu tinha o tempo ali a meu favor. A vida transbordava aos meus olhos como o atlântico engolindo o Titanic. (Profundo, não?)

Bom seria se pudéssemos sempre estar embalados por alguma canção no nosso dia-a-dia. Nas filas dos bancos, no trânsito, nos supermercados, no corre-corre, nas brigas, nos medos, nas dúvidas, nas alegrias. Sempre ali com uma trilha sonora nos acenando sobre o que nos é importante na vida. Mas como ainda não temos um editor de áudio ao nosso dispor, vou abrindo meu mp3 e sentindo a vida pelas ruas e avenidas de vez em quando. Devo dizer que escrevi esse post embalado por Kenny G e alguns temas de filmes românticos, então se pareceu piegas demais a alguém, sugiro que o leia de novo escutando o mesmo. Afinal, temos o direito e por que não dizer o dever de ser piegas em alguns momentos. Nos permitimos ser críticos, céticos, egoístas, ambiciosos por tanto tempo, então relaxe alguns minutos e se entregue ao "melosismo". Sua vida vai voltar ao normal ao fim da canção.

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