segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Detector de estresse

Odeio portas-eletrônicas de bancos, e parece que elas me odeiam também. Não há uma única vez que tente passar por elas, sem que aquela voz irritante da máquina diga: "objeto metálico, por favor, volte e coloque ao lado". Acho que eu poderia passar pelado que ela ia dizer a mesma coisa. E lá vamos nós. Deixa celular, trava, volta; deixa chaves, trava, volta; deixa óculos, trava, volta. Estava com a mochila carregada de compras que tinha feito antes no supermercado. O gerente me olha como um sujeito suspeito. A mulher atravessa a porta e me pede pra abrir a mochila pra ver o que tem dentro. Claro, né? De repente eu poderia ter uma bazuca e sair atirando em todo mundo lá em cima, inclusive em todos os seguranças armados, depois de roubar todo o dinheiro do banco, né?

A vontade era de jogar a mochila contra aquela porta de vidro e esfregar tudo que tinha dentro nas fuças daqueles seguranças, que se acham os "maiorais" por portarem uma arma na cintura e um colete à prova de balas. Mas como tinha que entrar lá, abri a mochila e mostrei minhas potentes armas de última geração: um pacote de biscoito cream-cracker, duas latas de leite desnatado, oito potinhos de Yakult, um guarda-chuva, uma garrafinha d'água, uma boina, um estojo de lente de contato, estava disposto a retirar tudo das sacolas e até abrir as embalagens, tamanha era minha revolta, quem sabe dentro de uma lata de leite eu não escondia quilos de munição, e o guarda-chuva era na verdade um fuzil M16.

Contudo, vendo que nenhum desses objetos era suficiente pra realizar um mega assalto, a segurança liberou o suspeito. Era hora de cruzar novamente a alfândega. Fui pela porta de saída pra não haver risco dela travar de novo, contudo... porém... todavia... entretanto... ela travou!! Novidade seria se não o fizesse. Finalmente depois de voltar e entrar de novo, consegui penetrar o solo "sagrado" daquele recinto e seguir a minha direção. Na volta, claro, ela nem se importou comigo. Óbvio, se eu não usei a bazuca lá dentro, saindo é que não iria usar.

Um comentário:

  1. um dia quase tirei a roupa pra eles ver que não tinha objeto metálico.

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