domingo, 15 de agosto de 2010

Queimei a beca!!

Finalmente aconteceu a última solenidade da conclusão do meu curso, a "grande" colação de grau, que serviria de fato para a entrega do diploma de graduação, o que não é bem assim na minha universidade. Bom, como não poderia deixar de ser, o grande dia não passou em branco, na verdade passou bem passado até demais. Depois de minha colega de turma descer ao som das minhas colagens de música no baile de formatura, e o apresentador me chamar de Francisca Samuel, eu tinha que marcar esse outro dia de alguma forma. E eis que o marquei a ferro quente.

Um dia aparentemente normal até então. Fuçava na internet até umas 3h da tarde, quando resolvi que era hora de desamassar a beca da universidade que havia alugado a R$ 5,00. A cerimônia de colação era dali a 2 horas. Pego então a beca, ligo o ferro, procuro a graduação correta do tecido, que na minha cabeça era linho, afinal era uma beca, tinha que ser um tecido bom, e deixo esquentar enquanto volto ao computador. Alguns minutos depois, me lembro do ferro e corro pro quarto, pego o ferro, que a essa hora já estava mais do que na temperatura correta, e enfio na manga com tudo. Com tudo mesmo, porque quando o retirei, a manga veio junto, e o que sobrou foi um buraco em formato de triângulo na linda beca da universidade.

É, o estrago estava feito a pouco menos de 2 horas da colação. O que fazer? Ligar pra universidade e tentar pegar outra beca? Mas num sábado à tarde? Ainda tentei, mas ninguém atendeu. E olha que tentei vários números que encontrei no site. Nada! Bom, estava decidido a não ir mais, quando liguei para minha amiga Ana Célia, que iria colar grau também, contando a situação. Incentivado por ela, resolvi ir assim mesmo, afinal o que era um buraco em uma beca no meio de tanta gente vestida igual? Peguei linha e agulha e juntei as pontas do buraco, disfarçando a sujeirada. Nessas horas eu agradeço os vários dias que passei costurando as túnicas dos fantasmas para a peça de Pluft.

O local do evento estava lotado. Eu pensando que seria uma cerimônia simples com os aluninhos, me deparo com uma grã-finada se exibindo com suas becas sem buraco. Bom, tomei fôlego e fui. Fiquei meio que escondidinho, querendo fugir dali. Quanto à cerimônia se resumiu ao seguinte: um aglomerado de alunos vestidos de preto sentados num salão enorme com os padrinhos do lado, ouvindo o vice-reitor, os diretores dos centros acadêmicos tecerem elogios à universidade e um bocado de baboseiras. Me deu fome. Mas num dava nem pra sair e comprar uma pipoquinha porque todo mundo ia olhar pro meu buraco - no bom sentido. Depois de todo o blá blá blá, teve lá o juramento, que eu particularmente não estendi a mão e nem jurei nada. Pra quê? Já minto demais na minha vida.

Logo depois começou o tal ato da colação de cada centro. Um só aluno subia ao palco em nome de todos, enquanto os outros ficavam sentados esperando a varinha de condão invisível os coroar graduados. Ah!! Palmas, mais blá blá blá e confetes. Confesso que não senti nada de diferente depois. De repente, surge uma mulher no meio daquela tinta preta com uma lista e uma caneta na mão: "assine aí seu nome". Pronto? Me formei? Acabou a tal colação? E pra que diabos a gente tinha que estar vestido com essas becas, se nem fomos chamados um a um ao palco pra receber o diploma, como deveria ter sido? Se era só pra assinar uma lista de presença, eu deveria ter ido com minha roupa normal e deixado aquela beca queimada em casa, ou melhor, nem deveria ter alugado.

Bom, o desfecho dessa história se deu nos dias seguintes quando comprei um outro tecido lá, bem diferente do linho, e levei a uma costureira pra refazer a manga. Ah, e claro, quando se trata de universidade e fim de curso, tudo tem que complicar um pouquinho mais pra mim. Justamente o dia que escolhi pra ir à universidade devolver a beca, agora sem buraco, dou de cara com a intervenção do vigia me impedindo de entrar: era feriado na universidade naquele dia, sabe Deus de quê. Então só na semana seguinte consegui devolver a beca e dá entrada na papelada do diploma, que só tem prazo de ficar pronto em no mínimo três meses.

6 comentários:

  1. so com vc mesmo pra acontecer isso.... queimar a beca,rsrsrrs. mas o importante q agora de fato vc é um JORNALISTA, RSRS. T ADORO

    Luciene!!!

    ResponderExcluir
  2. É jornalista! Espero eu que sem remendos.

    ResponderExcluir
  3. EITA VIDA DE GADO!Nem avisa o dia da colação.isso é um amigo!!! De qualquer forma, foi bom saber q vcs finalmente se formaram, sabe como é tem algumas gratificações, né? Se cuida IBGE. Do jeito q conheço Samuel, vcs estão ferrados....kkkkkkk No bom sentido. Leonarda

    ResponderExcluir
  4. Rapaz, você tem uma história para contar pelo resto de sua vida. Simplesmente fantástico!
    E parabéns pela colação companheiro JORNALISTA.

    PS: A Colação realmente é um troço chato pra caramba.Sem falar no calor infernal que faz dentro do Spazzio.

    ResponderExcluir
  5. Valeu galera, pelos comentários, mas ainda sou jornalista apenas no papel. Não sei se serei de verdade algum dia, se terei capacidade de assumir e o mais desafiador ainda, amar essa carreira que tanto me azucrina.

    Inté! =]

    ResponderExcluir
  6. Sami, que saudade! Cadê você? Li essa crônica da BECA e quase me mijo de tanto rir
    doid
    doid
    doid
    doid

    rrssrrss

    ResponderExcluir

Colheitas