domingo, 25 de abril de 2010

O Retorno do Primata

Saudade desse espaço. Estou retomando um lugar que criei com o maior carinho há 3 anos e que sempre soube que por mais tempo que ficasse sem atualizá-lo, jamais o abandonaria por completo. O Celeiro do Sam 2010 começa aqui. Depois de muito tempo, foram as próprias mensagens que eu escrevi, muitas vezes para quem iria ler, junto com os comentários repletos de carinho e incentivo dos leitores que me fizeram voltar a ocupar esse espaço. Passei por muitas mudanças. Não sei se estou no caminho certo agora, não sei nem se estou caminhando em alguma direção, mas voltar a debulhar meus pensamentos e minhas idéias aqui, já me parece um grande avanço.

Como acredito que retomada implica algumas mudanças, mexi um pouco no design do Celeiro. Resolvi criar um local que refletisse o meu estado de espírito atual, algo que tivesse a ver com as cores que enxergo o mundo no momento. Então, eu escolhi algo bem colorido, vibrante, com um fundo de nuvens e céu. E por que eu escolhi balões? Eu senti nos balões uma sensação de liberdade, de vento que nos leva embora para descobrir novos caminhos. E ao mesmo tempo me pareceu algo leve, que flutua, ou melhor, voa pelo espaço.

E já recomeço com uma grande responsabilidade, dando continuidade e legitimidade ao Prêmio Lemniscata, que recebi da querida Maria Izabel Viégas no ano passado. Uma das regras de quem recebe o prêmio é definir o que é Homo Sapiens. Como fiquei devendo essa tarefa, recebo-a aqui como a minha primeira postagem do ano. E como o Homo Sapiens somos nós, seres humanos modernos, e eu estou incluído nessa cota, decidi falar um pouco do Homo Sapiens através de mim.

Pelas definições encontradas em dicionários, enciclopédias e derivados, o Homo Sapiens é um membro da espécie de primata bípede, com o cérebro altamente desenvolvido e inúmeras capacidades como o raciocínio abstrato, a linguagem e a resolução de problemas. Contudo, acima de todas essas características que definem o tipo de espécie, existe o ser que pensa, age, acerta, erra, cai, levanta, tropeça, ri, chora. Existe o ser recheado de dúvidas e incertezas da vida.

Ainda ontem minha avó esfregava seu rosto em minha barriga após o banho, me provocando intensas gargalhadas. Anos depois estava na escola, chorando quando minha mãe me abandonava às criaturas “carrascas” daquele lugar. E a escola se foi. As paixões surgiram. Os gostos musicais se revelaram. As vocações tentaram desabrochar. De uma hora para a outra tinha um futuro pra decidir. E ele foi escolhido. E quais as chances de ter errado na escolha? Infinitas.

Aos 25 anos me pergunto. Devo investir numa carreira jornalística sem identificação, resultando em um péssimo profissional? Lutar nos palcos do teatro, sem um digno retorno financeiro? Tentar arquitetura, não sabendo 2+2? Ser um funcionário público? E a felicidade, onde fica nisso tudo?

Como uma espécie do Homo Sapiens com cérebro muito desenvolvido e intensas capacidades, como a resolução de problemas, não consigo definir a minha vida atual. Acredito que muitos passam, ou tenham passado por isso. Faz parte do processo de identificação e inclusão social dos membros da espécie de primata bípede. Provavelmente optarei por algum desses caminhos, ou até um outro. Daqui a alguns anos, o bebê que sorria com cócegas na barriga, estará em mais um estágio da escala evolutiva da espécie, trabalhando.

Provavelmente não fiz uma discrição do complexo mecanismo de funcionamento do Homo Sapiens, nem a utilização de suas habilidades, mas expus algumas das peculiaridades de uma das fases de vida da espécie. Acredito que uma das mais primordiais, que determinará o futuro e o destino de todos os demais ciclos que ainda virão. Termino com um pequeno pensamento que li outro dia em um site, diz mais ou menos assim: "As flores e os frutos precisam de água para se desenvolver, os animais buscam o alimento e a satisfação das necessidades físicas e o homem quer ser feliz".

3 comentários:

  1. vc esqueceu do polegar opositor, lembra??kkkkkk. Você ja sabe da minha total identificação com esse texto, vc me descreveu, a mim e a tantas outras pessoas que se sentem assim. Nos especificamnete:" E a escola se foi. As paixões surgiram. Os gostos musicais se revelaram. As vocações tentaram desabrochar. De uma hora para a outra tinha um futuro pra decidir. E ele foi escolhido. E quais as chances de ter errado na escolha? Infinitas." Pois eh meu amigo, meu irmão de coreção não sabemos se estamos no caminho certo, mas vamos não podemos parar. Como dis um compositor muito querido meu:" Ama a vida e segue!"

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  2. Meu caro colega...Saudações de outra primata! Devo dizer q senti falta de suas postagens..Como diria minha boa mãe: "o bom filho a casa torna"..rsrs Devo dizer q Belinha não é a unica q se identifica com o txt e as suas infinitas peculiaridades, eu também. Por mais q ame o jornalismo, ando em uma passarela feita de nailón prestes a ceder. Vamos ver se cai ou não.. Espero com gosto sua retomada.

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  3. Não sei qual será seu caminho em busca da felicidade (e, como você disse, você também não sabe), mas conheço, vejo e principalmente leio o seu talento para escrever. Continue com os dedos nas teclas (coisa moderna) ou então pegue a velha dupla: papel e caneta, o que importa é que não pode parar. Os seus textos talvez não lhe dêem felicidade, mas certamente lhe aproximaram disso, e causaram prazer em quem os ler.

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