segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

As energias e suas mensagens

Os "acasos" da vida estão sempre nos indicando o caminho que nos levará a cumprir a nossa missão e continuar a jornada para a nossa evolução. Era mais uma quinta-feira intediante e eu resolvi ir ao shopping para me distrair. Comprei um lanche na praça de alimentação e fui até o cinema ver quais filmes estavam em cartaz, mas não me interessei em assistir nenhum. Caminhei um pouco pela Riachuelo, Lojas Americanas e quando já estava para sair resolvi entrar no Hiper Bompreço. Fui ao departamento de cd e dvd, mas nada me agradava, já ia saindo quando passei pela livraria.

O primeiro livro que peguei nas mãos foi o Almanaque dos Seriados de Paulo Gustavo Pereira, folheei-o por alguns instantes e me dirigi à sessão de livros espíritas. Dei uma volta em torno da estante e reparei em um livro que estava embaixo, num estilo meio rústico. Logo que peguei, olhei a contra-capa e não tive dúvida, era o livro que havia me interessado em comprar uma outra vez. “Até Que a Vida os Separe” de Mônica de Castro, ditado por Leonel, falava sobre troca de energias e abordava o amor e a rejeição de filhos pelos pais. Precisava comprar aquele livro. Peguei-o convicto de levá-lo e continuei olhando os outros, foi quando encontrei uma ótima promoção da escritora Agatha Christie. Três livros por apenas R$ 14,00. Já ouvira falar muito a seu respeito, mas nunca tinha lido nada dela. Achei que seria interessante e levei-os também.

Naquela hora olhei para os últimos lançamentos na outra estante, aqueles livros bem mais importantes que todos devem ler nem que seja um na vida e me senti meio idiota gastando dinheiro em um livro espírita e outros policiais, quando podia me enriquecer mais culturalmente com aqueles clássicos. Mas mesmo me sentindo mais atrasado fui ao caixa e levei pra casa aqueles quatro novos amigos. Na mesma noite resolvi conhecê-los e comecei pelo espírita. Logo quando percebi já estava dominado pelas emoções dos personagens e mergulhado intensamente naquela história que com certeza me levaria a algum lugar, pois os livros espíritas têm uma particularidade que faz com que cada fato presente no início da história tenha sempre uma explicação e tudo se encaixe no final. Ansiava constantemente para saber onde aquela simples história e aqueles simples personagens iriam chegar.

Cada dia ao chegar em casa, jogava a mochila na cama e já me agarrava no livro querendo saber onde Fabrício, Selena, Adriano e os outros me levariam naquele dia e o que teriam a me dizer. Eu que vinha me entediando nos últimos tempos por ficar sozinho em casa, agora encontrava motivos para querer chegar logo. Eu havia me enganado, mas tinha feito a coisa certa. Os outros livros até podiam ser mais importantes, mas “Até que a vida os separe” estava se mostrando uma grande escolha. Há seis anos li pela primeira vez um livro espírita e comecei a me interessar mais pelos conceitos dessa doutrina. Na época estava quase descrente da existência de Deus e de uma sobrevivência da alma, contudo as idéias que acabava de descobrir me trouxeram novo alento e uma verdadeira crença. Ainda não cheguei a freqüentar nenhum centro espírita, porém, o espiritismo passou a ser mais presente em minha vida que até o levei para o tema de minha monografia. Quando meu pai faleceu comprei “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec e agora seis anos após “Esmeralda” de Zíbia Gasparetto, me encontrava viajando pelas linhas de um romance espírita.

A cada página uma nova descoberta, uma nova curiosidade, um novo mistério, a mesma fé se renovando. Dois dias antes havia escutado da minha amiga Luciene que faltava mais religião na vida de outra amiga. Percebi que faltava na minha também. Mas talvez não religião, mas crença, fé em algo. Ando meio afastado do catolicismo e embora não encontre muitas respostas lá, estava sem fé na minha vida, pois também não havia me dedicado ao espiritismo nos últimos tempos. O livro estava reafirmando a minha crença e me fazendo muito bem. Em alguns momentos me senti extremamente tocado e algumas lágrimas correram pelo meu rosto. Parecia que aqueles personagens existiam realmente e estavam me convidando a adentrar ainda mais pelo universo do espiritismo. Alguma mensagem ou mesmo algo de especial havia naquele livro, mas não sabia o quê.

Foi quando cinco dias após ter começado a leitura, cheguei ao seu fim, fechei o livro e um incontrolável pranto tomou conta de mim. As lágrimas caiam como cachoeiras e uma dor que me roia por dentro parece que obrigava ainda mais as lágrimas a saírem. Não sabia o que estava acontecendo, só queria chorar. Olhava para o livro e sentia mais vontade de mergulhar naquele oceano. Era como se elas estivessem presas em mim por muito tempo e agora conseguiam se libertar. Seja qual tenha sido a mensagem que o livro quis passar, com certeza havia me atingido. Um misto de impotência e poder tomavam conta de mim, poder de transformação, me senti dono do meu destino e paradoxalmente me senti maior ao me imaginar tão insignificante na imensidão do universo.

Alguns minutos depois começava a me controlar com a ajuda da água corrente da pia do banheiro e da água mineral do filtro. Água! Sempre a água. O alívio dos necessitados. De repente me sentia melhor, mais confortante, mais aliviado, como se um grande peso saísse de minhas costas, respirava mais fundo e sentia o ar entrando pelas narinas. Já não era o mesmo. Embora recentemente estivesse mais sensível a determinadas emoções e chorado à bessa assistindo Marley & Eu, eu sabia que aquele livro tinha sido o responsável por aquela inexplicável sensação e que ele não entrou à-toa na minha vida. Não sei aos que não acreditam em espiritismo, mas sinto que alguém me fez comprar o livro naquele dia como injeção de ânimo e uma grande mensagem foi captada inconscientemente pelo meu espírito, assim como acredito que tantas vezes desisti de comprar algo supérfluo por interferência de alguém que me soprou de que eu não o precisava. Como fala o livro, a troca de energia entre nós e os desencarnados é constante e muitas vezes agimos sem nos dar conta que ela existe e que está ali ao nosso lado. Estou agora no primeiro livro de Agatha Christie e até sinto-me atraído por ele, mas a cumplicidade e a harmonia presente na leitura anterior, Agatha que me perdoe, mas só Mônica conseguiu atingir.

3 comentários:

  1. "Um misto de impotência e poder tomavam conta de mim, poder de transformação, me senti dono do meu destino e paradoxalmente me senti maior ao me imaginar tão insignificante na imensidão do universo." Meu Deus, escreve o teu livro tbm, pode crer que serei sua leitora assídua, aliás como ja sou aqui no celeiro \o/. Vc descrece as sensaçõs e sentimentos muito bem. Afinidade...

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  2. Oi querido amigo Sam, tudo bem?
    Como adoro o que escreves, indiquei o teu blogger ao Prêmio Dardos.Passa no meu blogger, copia e cole o selo e veja as instruções do prêmio dardos.
    Parabéns!
    Muita paz!
    Teu blogger é lindo!
    beijos.
    Izabel

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  3. Acho que vai gostar muito tambem de NADA E POR ACASO de Zibia Gasparetto e maravilhoso. Queria ver muito um comentario seu desse livro.... Um dia quem sabe!

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