segunda-feira, 7 de abril de 2008

O Objeto Estranho

Uma sinfonia dos céus me levava pelas ondas tranqüilas dos oceanos. Olhei do lado e vi o azul fechado que escurecia o dia. De repente o perfume da terra sobe pelas minhas narinas e me faz contrair os músculos numa tentativa de fuga e ao mesmo tempo de permanecer ali, entre aquelas montanhas de prazer, por um longo tempo. Mas era hora de descer das nuvens e encarar o piso gelado. Que nada! Dane-se o mundo! Vamos velejar mais um pouquinho. Quem sabe até uma outra eternidade. Seria incrível. Mas, ela durou exatos cinco minutos, quando fui arrancado da brisa das montanhas e jogado nas pedras duras, desfiladeiro abaixo.

Era outra sinfonia que me trazia à realidade, mas dessa vez não vinha dos céus, estava ali ao meu lado. O som permanecia como quem insiste para sairmos de algum transe. Não devo retornar. Não hoje! É meu dia. Mereço subir outras montanhas ao som das gotas da satisfação e do aconchego da liberdade. O som não parava. Era preciso descobrir de onde vinha e lutar contra ele. Minha mão atingiu forçadamente a placa que protege os algarismos que não param de rodar. Por que o barulho não some? Vou destruí-lo! Pára! Depois de algumas tentativas falhas, percebi que o som não vinha da placa.

Um objeto de formato retangular com bordas arredondadas gritava desesperado sobre o rochedo da aflição. O que ele queria? O que aquele barulho queria me dizer? Uma luz branca saía de uma cavidade no centro do objeto. Estaria com fome? E de onde vinha aquele barulho? Aos poucos minha mão se arrastou até próximo daquele elemento que já não parecia tão gigante e sumia completamente entre a palma da minha mão. Parecia ter vida própria e se mexia entre meus dedos. De repente passei a sentir leves choques e percebi que ele estava irritado. Que tipo de força mais teria? De onde veio aquele ser? De alguma ilha escondida entre os oceanos?

O barulho agora parecia maior e invadia todo o espaço. Já quase não ouvia mais a sinfonia dos céus, nem sentia o perfume da terra. O que afinal estava aos poucos me forçando a abandonar minhas montanhas e perder a brisa das águas claras? Arrisquei encostar minha mão novamente naquele ser. Fui tomado por outras sessões de eletro-choque. Tortura! Era isso o que ele estava fazendo comigo. Mas tinha que me decidir. Já estava quase descendo as montanhas e precisava parar aquele som se quisesse permanecer na calmaria. Foi quando o arranquei violentamente do rochedo e o aproximei de mim.

O barulho ficou quase insuportável. Sua luz branca da cavidade central queria me ofuscar. Mas não me intimidei. Encontrei uma abertura e comecei a abri-lo sem dó. Foi quando encostei meu dedo em outra luz verde que parecia ser seu veneno e de repente comecei a escutar bem distante a voz da minha namorada. O quê? Ela está aqui? O ser emitia sons de pessoas. Aproximei-o do meu ouvido e escutei: “Bom dia, mo, feliz aniversário!”. Ah, finalmente como a fração de um meteoro caindo no espaço, retornei ao meu quarto, à minha cama, me dei conta do celular que estava em minhas mãos e não só agradeci como também a parabenizei também pelo dia que é nosso. Em seguida me levantei, olhei a chuva que caía da janela e fui tomar banho para iniciar mais um dia de jornada.

2 comentários:

  1. O segundo do sabor, da delicia, das vidas. O erro é achar que só vivemos uma vez...
    A vida é tão rara!
    O medo maior é a poeira nos olhos, os sorrisos de plastico e um sinal.
    Afinal, um ser em busca de mais.
    Minutos, segundos, seculos, tudo depende de um relogio? Entretando, um unico objetivo: A felicidade!
    A felicidade é um estado liner.

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  2. TIVE MEDO DE TERMINAR DE LER ERA UM SONHO Q VC ESTAVA TENDO? QUE SONHO ESQUISITO COMO SEMPRE SMALL...GOSTEI BASTANTE DO FINAL .NA VERDADE NÃO FOI MEDO QUE SENTI FOI UM SUSPENSE , PARECIA QUE ESTAVA LENDO UM SCRIPT DE SMALL................ NÃO SEI SE VC GOSTOU DE EU TER TE DESPERTADO DESSE SONHO?????PARECE QUE EU ATRAPALHEI SUA AVENTURA1111KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

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