sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A Nova Postagem

Quando criei o blog do celeiro imaginei um espaço onde eu pudesse expor todas as minhas idéias sem nenhuma objeção. Levantar pautas cotidianas, flashes que passassem sobre a minha mente e me inspirassem em mais uma postagem. A princípio acreditei que elaborar e organizar essas idéias seria algo fácil e de grande prazer. Os comentários que recebia me dava novo fôlego para continuar escrevendo sem parar. Contudo não contei com as circunstâncias do cansaço e da falta de tempo. O blog passou a ficar congelado em algumas postagens por mais tempo do que eu imaginava ou quisesse.

As pautas que criei se aglomeravam na caderneta e eu tentava em vão lutar contra a correnteza. Quando planejava escrever algo, outra coisa acontecia e me fazia adiar aquela postagem. Agora finalmente havia me decidido retornar ao ofício, porém descobri que nem tudo eu posso falar no Celeiro. Sempre acreditei que nossa vida é feita de etapas, fases ou até numa linguagem mais roteirística, temporadas. E a cada fim dessa jornada nos deparamos com o medo da nova e a saudade da antiga. É uma fase de transição e mudanças, porém feliz, onde a confraternização reina e pede mais que carona.

Sempre fui bastante reservado quanto à demonstração pública dos meus sentimentos. A manter uma fria e distância satisfação na frente dos outros e a pular e a gritar sozinho no quarto. Talvez tenha levado mais que a sério o ditado “alegria de pobre dura pouco” e se durasse muito pouco mesmo a decepção seria mais fácil se eu não tivesse manifestado nenhum sentimento. É uma fuga da desilusão, do sofrimento. E tomando como partida o “pouco” do ditado popular, eu acabei me convencendo que minha vida seria melhor se eu a dividisse por curtas fases.

E assim comecei a enxergar meus dias e meus anos. Foi a fase da infância, do ensino fundamental no CEDOC lá em São Miguel, do ensino médio no Educandário em Pau dos Ferros, a fase de Natal e até agora a fase da faculdade. Dentro de cada fase dessa eu encontrava outra maneira de dividi-las em etapas menores. O 1º e o 2º ano do ensino médio, 1º e o 2º ano em Natal, cada ano da universidade. E o simples fato do início de um novo ano que eu tomo como o começo de uma nova temporada. Cada fase tinha que ser curta o suficiente para deixar saudade até dos piores momentos. Baseado também em um outro dito popular “tudo o que é bom dura pouco”. Assim, não tornaria a vida monótona e deixaria uma trilha de saudade pelo caminho.

E foi assim que cheguei ao fim de mais uma fase na minha vida. O programa "A Voz da Comunidade" que fazia ao lado de outros amigos em duas difusoras na cidade chegou ao fim essa semana. Ele seria a nova pauta para o Celeiro, mas diferente do fim das novelas brasileiras que sempre buscam a felicidade dos personagens, ele tomou gancho nos finais das temporadas de Smallville dos Estados Unidos, que sempre terminam com grandes desastres como tornados, chuva de meteoro, acidentes e até um suposto fim do mundo. Descobri que as catástrofes que se abalaram sobre essa minha última fase me impediriam de escrever sobre todas as experiências que vivi ao longo dela. Ela fugiu do meu controle e as manifestações públicas de sentimento saltaram com grande ímpeto. Porque se por um lado os bons sentimentos conseguem ficar guardados comigo, por outro, os maus me fazem explodir diante de qualquer um.

A paciência que algumas vezes consegue reinar no meu peito e na minha cabeça, se transforma em um misto de animosidade e fúria diante da injustiça e do desgaste mental. É o vômito de todos os sapos engolidos ao longo do percurso. Gostaria de ter feito um belo texto de despedida de uma grande e importante etapa da vida universitária, mas o único que posso fazer é lamentar o inesperado e analisar como um simples fato pode mudar os rumos de toda uma história. É entender que nunca encerramos algo sem antes nos certificarmos que ele já não existe mais. Que até o último segundo tudo pode mudar. E como uma temporada de Smallville, espero que novos acontecimentos se desenrolem na próxima temporada, consigam resolver esses impasses e reservem novas e surpreendentes emoções, porque a vida não pára e as temporadas continuarão até quando todos os fãs já as tiverem abandonado e a audiência não se sustentar mais no canal.

Um comentário:

  1. Menino! Fazia tempo que não visitava o Celeiro, mas não era de se estranhar que eu não me surpreendesse mais uma vez com os novos textos escritos por Samuel Dias. Até para se despedir você encontra poesia e inspiração que fogem dos tradicionais escritos. Parabéns,nossa vida é relmente feita de fases. Não acabe com essa dê somente uma pausa, afinal de contas todos nós precisamos de férias para repor as energias, até Smalville.
    Abraço e bom descanso!
    Saskia Coutinho

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