segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Do Outro Lado

Aliar a vivência da teoria da universidade com o exercício da prática foi a razão da visita que fiz outro dia com alguns amigos aos estúdios da TV Itararé aqui de Campina Grande. Foi possível analisar o processo de produção de um telejornal desde a construção das pautas até o “boa noite” dos apresentadores. Quis então descrever aqui para os curiosos e interessados no assunto como é a vida dos jornalistas por trás das câmeras.

Para começar o corre-corre diário, os produtores checam com freqüência na redação os e-mails que as assessorias de imprensa enviam para eles. Começa então a discagem para todas as centrais policiais em busca de alguma ocorrência que renda pauta. Com informações nas mãos, é preciso analisar o que é notícia e dentro do que é notícia, o que será mais importante para o telespectador. Decidido as matérias que entrarão no ar, é hora de colher o máximo de informações para a elaboração das pautas que serão entregues aos repórteres.

Os repórteres recebem as pautas e se dirigem aos locais indicados junto com o cinegrafista. Enquanto isso na redação, a verificação dos B.O.s (Boletins de Ocorrência) nas centrais de polícia continua. Novas pautas podem surgir a qualquer momento. Quando uma matéria chega o editor de texto pega as informações sobre entrevistados, passagens, locação e organiza no roteiro do telejornal que será entregue aos apresentadores mais tarde.

As imagens capturadas pelo cinegrafista são entregues aos responsáveis pela edição de imagens. Lá, eles montam a matéria de acordo com o que o repórter indicou na gravação do off (narração do repórter enquanto as imagens sobre a matéria passam). Organizam entrevistas, passagens e casam com as imagens e a narração do repórter.

Quando os apresentadores chegam aos estúdios passam o texto para analisar qualquer defeito e em seguida se preparam para a gravação da escalada (aquelas chamadas iniciais do jornal). Exercícios bocais e lidas repetidas no texto que passa no teleprompter (equipamento que fica na câmera e capta os textos que o apresentador ler) . Algumas chamadas são feitas ao vivo e outras gravadas. Ah, uma curiosidade que muitos não sabem. Quem olha de casa aqueles sérios e engravatados apresentadores, não imaginam que embaixo da bancada se encontram calças jeans e até pés descalços. É o lado bastidor do telejornal.

Telejornal no ar! Começa a maior atenção do diretor de tv quanto ao tempo e seqüência das câmeras. É preciso ligar as câmeras certas em cada hora que o apresentador se virar e saber o momento exato de jogar as matérias no ar. Ele também informa ao cinegrafista quando a matéria está próxima de terminar e este avisa os apresentadores.

A galera que controla os créditos do telejornal também deve ficar atenta. Todos os créditos das matérias são colocados no ar na hora em que a matéria entra, seguindo o roteiro que o editor de texto encaminhou. Por isso o editor de texto deve ter bastante cuidado para não trocar os nomes ou inverter a ordem de escala dos créditos.

Com o telejornal no ar a equipe de produção não descansa, continuam produzindo, buscando outras informações e atentos a uma notícia de última hora. Os apresentadores passam o texto a cada intervalo comercial e ainda aproveitam para relaxarem um pouquinho brincando um com o outro, que o diga Polion, que na sua postura profissional, descola brincadeiras e desconcentra a amiga da bancada bem mais do que a simpática e jovem Luciellen.

Com o término do telejornal os produtores continuam atentos para possíveis pautas para o dia seguinte. Os apresentadores sorriem aliviados o término de mais um dia de trabalho, certos que aquelas brincadeiras que tiraram fora do ar serão guardadas a sete chaves e esquecidas nos bastidores, mas sorte que existem estudantes como eu que se preocupam em levar a verdade ao público doa a quem doer. E assim chega ao fim mais um dia de trabalho nos estúdios de telejornalismo da TV Itararé. E o fim da nossa visita também. Espero que essa descrição tenha sido útil de alguma forma para alguém mesmo que seja para matar a curiosidade.

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