sábado, 13 de outubro de 2007

Outros Valores

Uma exposição no shopping Iguatemi aqui em Campina Grande me chamou a atenção ontem. Ela mostra através da fotografia a histórica urbanística da cidade. São diversas fotos desde a década de 20 até a década de 50. A multidão que olhava admirada as fotos não imaginava as histórias que se escondiam por trás de cada flash. O autor da obra, Sóter Farias de Carvalho, se dedicou a fotografar a cidade no início ainda por hobby e depois se descobriu um amante da revelação. Foi cronista, repórter, vereador, mas apenas na fotografia encontrou sua vocação.

A história me fez lembrar dois fatos. O primeiro a determinação nos nossos objetivos. Sóter buscou sua identificação e mesmo com os trabalhos que exercia não abandonava sua paixão pela fotografia. O segundo foi a história da minha família, dos meus avós para ser mais exato. Os anos difíceis do início e meados do século passado. As histórias que meu avô contava e seu jeito de recordar as memórias me identificaram com Sóter. Acredito que ele conseguiu viver numa época em que os telégrafos dominavam e que não havia tanta preocupação com aquecimento global, radiação, agrotóxicos e efeito estufa. Uma época mais feliz, acredito.

Sou um amante do passado mesmo, das belas praças, dos bondes, da iluminação fraquinha das esquinas, das ruas estreitas. Não sei se estamos em uma época melhor ou pior no que chamam de desenvolvimento, mas sei que sinto falta de uma vida mais simples, onde o valor da felicidade estava mais precisamente nas pequenas coisas, na novidade de um singelo circo que chegava à cidade do que nos modelos mais sofisticados de vídeo games. Talvez o que nos reste sejam apenas as memórias. E que bom que existiram alguns Sóters para preservá-las e fazer-nos reviver ao menos no papel essa época tão sublime e efêmera.


2 comentários:

  1. Uau! Um resgate!q legal!
    Realmente cada pedrinha, tem sua história, uma razão. É louvável mesmo encontrar pessoas q se preocupem e nos dêem de presentes a história... que dividam conosco um pouco de nós e o q foi ficando pra trás...
    Adoro qdo vc menciona vovô, sempre achei que ele tinha sábias palavras, essas q ele c seu jeito quieto pouco nos mostrava ou terá sido nós[eu] quem não me interessava... foram poucas as vezes em q pude ter o prazer de ouvir... é uma pena pq ele era sabedoria... lamneto...

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