segunda-feira, 8 de outubro de 2007

A cabeça na lua - Primeiro estágio

É comum ouvir de amigos, namorada e até de conhecidos que vivo no mundo da lua, não sei se isso tem a ver com meu jeito de ser ou se algumas vezes pareço mesmo um astronauta em órbita espacial. Bom, o que sei é que essa minha habilidade move freqüentemente a minha vida e me leva para horizontes jamais conhecidos. Era mais um dia de aula na universidade e tudo parecia seguir sua rotina corriqueira, acordei às 6h30, peguei o ônibus depois de uma espera infeliz e cheguei atrasado como sempre na faculdade. Lá, encontrei minha trupe e fiquei sabendo da inscrição para um estágio no jornal A União, acho que nem dei muita importância. Kárem, uma das minhas fiéis escudeiras disse que iria fazer o teste, Léa e Izabel disseram que também fariam, logo um contingente de alunos estavam dispostos a fazer, pensei então: "-ah, é importante, acho que vou fazer também, tenho que me esforçar pra ser um menino culto, e nessa altura da faculdade sem estágio o que vier é lucro". Então peguei a canetinha e me inscrevi junto dos meus amigos, com a cabeça mais em Antares do que na atitude que estava tomando.

Eis que o bendito dia chega e pra variar nem estava me dando conta que era o dia. Queria assistir aula de PageMaker quando de supetão a minha escudeira kárem me avisa do teste, Kárem, sempre ela. Entrei na sala e a primeira coisa que me veio à cabeça foi a torta de frango da lanchonete Sulavit no centro da cidade. Olhava em volta e via um bando de gaviões loucos para abocanhar o primeiro e único lugar do estágio, enquanto o pobre de mim não conseguia parar de pensar no meu estômago. Bom, pra embrulhar ainda mais o intestino, a prova era a produção de uma matéria sobre o preço do álcool. Ihh, álcool e frango, nem o suco de maracuya do Sulavit perdia. Bom, mas vamos lá!! Tá tá tá tá tá tá tá tá tá tá!! Ufa! Tá tá tá tá!!! Uma hora e meia depois o filho nasce. Até que ficou legalzinho, talvez não digno de um primeiro lugar, mas na batalha.

Acho que o maior medo não foi fazer o teste e sim a dúvida: "serei capaz de exercer a função no jornal?". Sei que já estou no terceiro ano de jornalismo, mas as dúvidas e incertezas sobre o caminho e todo o processo de uma carreira de sucesso parecem aumentar ainda mais. A falta de um exercício prático dentro do campus e até mesmo de um jornal que circule entre nós é bastante angustiante, embora isso seja em parte culpa de nós alunos que não tomamos uma atitude e deixamos as coisas ao descaso. Bom, mas voltemos ao meu teste da União que vida política não combina comigo.

Pois é, o resultado saiu alguns dias depois. E como eu esperava não fui o escolhido, mas faltou pouco. Tudo bem, fica pra próxima. E que próxima!? Eu não esperava que ela fosse tão rápida assim. Mais uma vez assistindo aula do adorado PageMaker, a portadora de boas notícias, a professora Cássia entra e avisa que cinco alunos que fizeram o teste para o jornal A União foram reaproveitados para um outro estágio no Sebrae, ou seja, reciclaram os alunos numa nova seleção já que não teriam tempo de fazer outra. E adivinha quem estava no meio desses selecionados?! O cara de bobo aqui olhando para a meia da professora. "-Hã?" "-Eita, caiu a ficha? É você mesmo, cara, você foi escolhido" "Caramba, será que eu sei pra onde tô indo?"
Poderia não saber, mas em meio a tantas dúvidas eu tinha uma certeza, meu texto tinha ficado legal, então o que quer que eu fosse fazer, só faria o que estava ao meu alcance e afinal era hora de testar esse lado jornalístico escondido aqui dentro.

E assim fui eu para o meu primeiro estágio. E pensar que tudo isso começou quando fui levado pelos meus amigos a fazer um teste movido mais por um sentimento de culpa e inativez do que por vontade própria. É... eu e minha cabeça no mundo da lua. Mas aí eu me pergunto, se ela tivesse na Terra, em Júpiter ou em Saturno teria mudado alguma coisa? Talvez o preço do álcool e da gasolina do texto disparassem e enfrentasse turbulência no cinturão de asteróides. Mas isso não vem ao caso. Ah... e quanto ao estágio, isso já é capítulo de uma outra história.

4 comentários:

  1. Nossa Sami, amei o seu celeiro! É um cantinho bastante aconchegante e que promete muitas risadas e fortes emoções!!
    Quanto ao texto, me senti lisongeada porque meu nome foi citado nele, não só duas vezes (como você tinha dito), mas três!
    "Fiel escudeira"... Obg pela definição! Fiquei emocionada...
    Ei, acho que eu também ando com a cabeça no mundo da lua, (talvez mais do que você) pq não me lembro dos "detalhes" daquele dia, que você descreveu tão bem nessa cronica. O único que lembro é que o meu texto sobre a gasolina e o álcool ficou horrível.
    Olha, parabéns, não só pela crônica, mas pelo cantinho que vc criou! Não vou dizer que escreves muito bem, porque você escuta isso direto, nem vou falar que te admiro demais, porque você já tá cansado de saber, mas quero expressar neste comentário o meu carinho por ti, criatura especial, incrível, que me faz muito feliz com tuas loucuras, que me surpreende a cada dia com tuas idéias e me emociona com tuas atitudes.
    Serei sempre sua fiel escudeira, amigão... Conte comigo para novas aventuras!! Gosto muuuito de você!
    Xerão...

    ResponderExcluir
  2. Oi Samuca!
    Passei pra deixar meu abraço e dizer que ficou bem legal seu blog!
    Como vão as coisas?
    E a facul? Estudando muito?!
    =D
    Tudo de bom!

    ResponderExcluir
  3. Samuel adoroo crônicas! normalmente são bem engraçadas... Qro outra crônica, viu? A da sua primeira impressão no estágio e turbilhão de pensamentos hehehe
    Parabéns aliás! Vc sempre teve veia artista, q por sua vez... tudo q expor do seu talento terá um brilho diferente, te admiro, viu? E é mto bom está conhecendo mais do Samuel jornalista...

    mil xêros!

    ResponderExcluir
  4. OI FOFO APESAR DE NÃO TER FEITO NENHUM COMENTARIO AQUI NO SEU BLOG GOSTARIA DE TE PARABENIZAR PELO SEU PEQUENO ESPAÇO Q UM DIA NÃO SERA SOMENTE UM CELEIRO NÃO, SERA IMENSO DO TAMANHO DO MEU AMOR POR VC.

    ResponderExcluir

Colheitas